Estilista do AP estreia em maior evento de moda do Brasil: 'É possível ser do norte e conseguir grandes lugares'

  • 21/10/2024
(Foto: Reprodução)
Poliana Abrilhante, de 24 anos, que vivia em uma área de ponte em Santana, expôs peças de crochê na passarela do São Paulo Fashion Week (SPFW), sendo a primeira amapaense a conquistar o feito. Santanense levou bandeira do Amapá para o São Paulo Fashion Week Raul Fernando . A Poliana Brilhante de 24 anos, nascida e criada em Santana, foi destaque na 58ª edição do São Paulo Fashion Week (SPFW), considerada a maior semana de moda não só do país, mas da América Latina. A jovem é a primeira amapaense a integrar uma coleção no evento. ✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 AP no WhatsApp Na passarela, foram apresentadas peças de crochê com uma pegada futurística, que compõem a coleção DUPE: A Streetwear Parody, assinada pelo estilista Dario Mittman. Ao total, os modelos desfilaram 8 peças. Peças misturam estilo streetwear e cyberpunk Raul Fernando A estilista focou nas peças de crochê por conta da carga emocional que a técnica possui para ela. Poliana começou a 'crochetar' ainda criança, aprendendo de sua mãe que buscou a prática durante um tratamento de câncer, e se transformou na assinatura de sua marca "Abrilhante". Amapaense levou coleção de crochê para o São Paulo Fashion Week Raul Fernando A coleção leva texturas e cores com a pegada 'cyberpunk' com composições em jeans com pontos, camisas de time, bonés, calças com costura e renda de roupa em crochê, dando destaque a estampas artesanatos e o branco. “O que é uma moda de rua genuinamente brasileira, então eu trouxe os clichês do streetwear unidos a nossa estética e o jeitinho que só o brasileiro tem”, disse a jovem. A jovem iniciou o trabalho de divulgação nas redes sociais, que logo tomou uma grande proporção. A estilista vestiu com sua marca, grandes nomes da música brasileira, como as cantoras Marina Sena, Glória Groove, Iza e a cantora internacional Erykah Badu. "Eu sempre fazia tudo muito só eu. E agora eu tenho essa possibilidade de ter outras pessoas trabalhando comigo. Então, foi um processo muito compartilhado, com muitas mãos, de muitas crocheteiras. E isso foi perfeito. As peças a gente conseguiu desenvolver numa construção de ideias", disse Poliana sobre a parceria com Dário. Amapaense apresentou coleção variada de crochê Raul Fernando História da artista Poliana nasceu e foi criada em uma área de ponte no bairro Fonte Nova, no município de Santana. Desde criança a costura e a produção de peças esteve presente de alguma forma. Após o diagnóstico da mãe com câncer, a família precisou ir até Belém (PA) para o tratamento. "Como não tinha hospital de câncer no Amapá, ela teve que fazer esse tratamento em Belém. E quando ela voltou já curada, ela me ensinou a fazer. E foi quando eu comecei a entender o crochê como uma forma de me aproximar da minha mãe também, que a gente tinha essa troca muito íntima, mas também como um lugar de criar coisas, e principalmente roupa, que era quando eu fazia roupa para as minhas bonecas, tentava fazer alguns tipos de roupa para mim, enfim, para as pessoas que viviam ali ao meu redor", disse. A estilista contou que foi para o Rio de Janeiro de forma não pensada, e atualmente vive em Niterói. Antes da mudança, Poliana trabalhava em um bar próximo a uma Universidade, quando decidiu ajudar uma amiga a perseguir um sonho de fazer jornalismo no Rio de Janeiro. "Eu juntei o dinheiro em três meses, muito rápido, comprei passagem e vim morar com ela. Mas era tudo muito incerto. Eu, principalmente, não sabia o que eu queria, não sabia quais eram as possibilidades, até porque eu fui uma pessoa que não conseguia terminar o ensino médio, então isso já reduzia muito as possibilidades de trabalho e de viver bem também", contou. Logo quando chegou à cidade, a jovem para o seu sustento começou a vender doces no metrô, recitar poesias, além de outros trabalhos manuais como trancista, para conseguir uma renda extra. Após a pandemia, no final de 2021, a estilista voltou a produzir peças de crochê para si mesma e para vendas pela internet, onde suas coleções viraram uma febre rapidamente. "Como eu queria sair, e a pandemia estava acabando, eu fazia roupa para eu ir para as festas, porque eu não tinha dinheiro para comprar. Comecei a postar na internet e isso começou a viralizar. Acho que 4 meses depois eu já estava vestindo celebridades. Então, foi uma coisa muito rápida, muito instantânea", disse. Tudo mudou rapidamente na vida de Poliana no período de um ano após o investimento nas produções de peças de crochê. Logo a jovem se deu conta de que era a primeira amapaense a conseguir tal feito. "Para mim, como uma pessoa que veio do norte, do Amapá, da ponte, é um crescimento histórico. De início, eu pensei sobre isso e me questionei se de fato, era inédito. E a gente pesquisou um pouco e não encontrou registros sobre isso. Então, eu me sinto numa responsabilidade muito grande de representar o lugar de onde eu vim. É possível ser do norte e conquistar grandes lugares", contou. 📲 Siga as redes sociais do g1 Amapá e Rede Amazônica: Instagram, Facebook e X (Twitter) 📲 Receba no WhatsApp as notícias do g1 Amapá Veja o plantão de últimas notícias do g1 Amapá VÍDEOS com as notícias do Amapá:

FONTE: https://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/2024/10/21/estilista-do-ap-estreia-em-maior-evento-de-moda-do-brasil-e-possivel-ser-do-norte-e-conseguir-grandes-lugares.ghtml


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